quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tenho saudades tuas Pai.....

Quando perdemos alguém, lembramo-nos da fragilidade de todos nós, um dia estamos, no outro já não, de um momento para o outro tudo acaba!

Ficamos ainda com mais medo de perder as pessoas que amamos. Fiquei, tenho, muito medo, não sei quanto mais poderia aguentar, já chega, já perdi demasiado.

Perder uma pessoa como o meu Pai, foi um grande golpe na minha Vida, nós sabemos que pode acontecer a qualquer um, mas o meu Pai, era uma pessoa cheia de energia, cheio de Vida, uma pessoa boa! Não devia ter deixado a minha Vida, a Vida da nossa Família..

Era pessoa sempre disponível para ajudar, sempre que lhe pedia algo, reclamava, só para se fazer difícil, mas assim que podia lá estava ele para fazer o que lhe tinha pedido.

Forte, distraído, bem disposto, introvertido, bom Marido, bom Pai, bom Avô não era perfeito, não, como ninguém é, mas era um bom coração. Forte até ao fim, sempre quis a nossa companhia, mais forte do que eu consegui ser.

Nunca nos disse que nos amava, não era pessoa de se abraçar a nós ou demonstrar carinho, foi assim que foi criado, mas mostrava.... mostrava o quanto nos amava, cada vez que se disponibilizava para nos ajudar, quando se preocupava connosco, ainda que não quisesse mostrar.


O que eu adorava estar ao lado do meu Pai quando ele estava a trabalhar em qualquer coisa... a regar a relva, a assar peixe, ou a tentar arranjar qualquer pequeno electrodoméstico que não funcionava como deve ser. Não precisávamos sequer de falar sentia-me bem assim e sei que ele também, gostava da companhia.

Desde pequenos que nos habituamos a ver o meu Pai a arranjar tudo, sabia fazer tudo, tinha sempre alguma forma de resolver... nunca mais me esqueço, uma vez a minha irmã mais nova, pequenita, partiu qualquer coisa e disse logo muito rápido: "o Pai arranja" com um grande sorriso. O homem das mil profissões.

O meu Pai, o inventor do banco na bicicleta, com cinto e tudo. Quando ainda não havia cadeira como agora há para por na traseira da bicicleta, o meu Pai, montou na minha bicicleta um banco extra, entre o banco existente e o guiador, com apoio para os pés, cinto de segurança e um pequeno guiador para que a minha irmã pequenina pudesse andar de bicicleta comigo, ou com ele, para todo o lado, onde ficava protegida entre os nossos braços.


O meu Pai, um alicerce forte da nossa família, toda a estrutura abanou sem ele, conseguimos resistir, pois também como ele, nós somos fortes.... e por ele e por nós, aguentamo-nos, com mágoa, frustração, alguma raiva, mas principalmente com muita saudade.


Pai Adoro-te, nunca te vou esquecer!
E fico grata pelas recordações que me deixaste